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O indivíduo perante a dor

Atualizado: 8 de fev. de 2022



Sabe-se que nossa mente atua de diferentes formas perante as fases de nossa vida, em determinados períodos nos encontramos em tristeza profunda a qual é difícil de compreendermos as razões.

‘‘Segundo Freud no ano de 1917 o autor escreve sobre o luto e a melancolia, que segundo ele a sombra do objeto cai sobre o ego, havendo uma identificação com esse determinado objeto( pessoa, experiências...), no tanto que esse objeto é sentido pela pessoa como parte de si, tendo assim uma profunda identificação do melancólico com o objeto externo. Segundo ele a melancolia refere-se a uma perda do EU, que não é mais objeto de amor e autoestima, desse modo a melancolia está relacionada ao narcisismo.’’

A melancolia consiste em investir no outro parte de si, e sendo assim na perda desse outro o indivíduo sente como se estivesse perdendo a si mesmo. De maneira inconsciente a pessoa não sabe o que se perdeu nesse processo (perda do objeto) e com isso entra em um profundo desanimo, perde a capacidade de amar, e sente um profundo desinteresse pelo externo." A melancolia apresenta a pulsão de morte por meio de um ideal do eu cruel, a melancolia então seria segundo Lambotte (2017) uma patologia narcísica."

A melancolia, como emoção, é diferente da tristeza pura e simples, como um transtorno psicológico, se difere da depressão profunda. Dessa forma, ela tem sua própria natureza singular, caracterizada por uma certa tristeza vaga, uma tristeza inexplicável e tênue, que se desestrutura, porque não é possível apontar facilmente uma causa.

Na depressão, problema muito enfrentado, sendo também chamado como o mal estar da sociedade nos dias atuais, tendo relação com a melancolia, o Ego se subjuga ao Ideal do ego que seria o ego querendo obrigar o sujeito a achar este ideal. Deixando a pessoa com sentimentos de baixa autoestima, culpa, frustação. Na questão da depressão, o indivíduo se desinteressa pelo mundo externo por motivo de um acontecimento real, que causou um trauma, como uma perda, dificuldade em alguma área, separações...e por aí vai.

O melancólico não perde o objeto de desejo, mas perdeu-se no objeto. Quando o depressivo fala do que perdeu estaria se referindo a uma perda do que ele foi um dia, na depressão também há uma perda, mas uma perda de si mesmo, exemplo de um tempo que não volta mais para o depressivo.

No entanto, a depressão pode ser também uma patologia e uma posição subjetiva, devido as resistências as altas demandas da sociedade, que valoriza a nível alto de produção, o consumo, o prazer imediato, e nesse caso o depressivo se vê impossibilitado de atender todas essas exigências sociais.

Para a psicanálise tanto a melancolia como a depressão, estão em relação à uma perda. Para Freud a depressão está associada à um afeto, estado de tristeza, desgosto, angústia. Nesse contexto a Psicanálise busca a compreensão da singularidade, da vivência da perda e seu significado, e sendo assim podendo elaborá-la num trabalho cuidadoso.

Nos dias atuais, com o excesso de informação, o indivíduo não tem mais um tempo para si mesmo, para apreciar a vida de forma plena, os afazeres, os compromissos da vida cotidiana, nos impossibilitam de relembrar, refletir, pausar, dar atenção as dores. Somos obrigados o tempo todo a reagir de forma rápida à perda. Os estados de depressão são banalizados, generalizados e medicados, os médicos não têm mais tempo de analisar o paciente a fundo, por isso o uso inadequado e exagerado de medicamentos cria uma desresponsabilizarão do indivíduo em relação a sua dor.

O depressivo se sente imobilizado diante das escolhas que o envolvem, não sabendo lidar com perdas, sendo assim a depressão pode se definir como uma posição do indivíduo, ou ainda também como outras patologias, uma condição da vida pós-moderna.

Portanto, pode-se concluir que a depressão teria relação com uma perda, não somente física do objeto, mas como uma perda de algo, de uma idealização, de um sentimento , de um desejo que não foi realizado, algo se perdeu, cabe a auto analise dessa dor para então achar uma possível causa, tendo em mente que a depressão ainda assim pode ter causas distintas e ser ainda mais complexa.

A própria inquietude humana quer nos dizer algo, precisa ser falado para ser compreendido. A psicanálise, através da fala, pode buscar os conteúdos imersos no inconsciente, no dia a dia e desde a nossa infância, tornando-se uma dos caminhos onde a depressão pode ser então melhor compreendida, curada, elaborada e transformada.


Busque a análise.



Uma boa Quarta-feira para todos nós.

@lifebysheila

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